segunda-feira, 21 de junho de 2010

Projeto de Arte Contemporânea - Sopre...Deixa levar (Priscila Tonon e Tayla Branco)




Pensar em sentimentos é pensar em um grande caleidoscópio, um caldeirão com várias misturas, se são prazerosos você os aproxima, você almeja, deseja...
Os pessimistas, despressivos ou triste você quer distância, recua..
Mas se analisarmos essa interpretação veremos que ela é subjetiva, o amor pode possuir diversas interpretações e sua não aceitação pode se mesclar com sentimentos ruins, a falta dele, as decepções que um grande amor apresenta são sentimentos e situações dignas de repulsa, de adeus.
Alguns buscam na dor a sua própria redenção, cultivam a tristeza para que esta seja seu próprio troféu tornando-se assim suas mais valiosas alegrias.
Nosso trabalho buscou um desprendimento de interpretação, a sensação de adeus de 'deixar levar'. As folhas antes vívidas nos galhos das árvores se juntaram a esses sentimentos inértes no frio do chão. A escolha das folhas como base do trabalho não foi por acaso, pensamos em utilizar algo que o vento levasse, que fosse comum e que as pessoas não dessem tanto valor, tópico chave para a conclusão do trabalho. Os sentimentos/situações apresentados muitas vezes são esquecidos, ignorados ou mascarados, mas, porque? Nós somos carne, somos mente, sangue e coração, nós sentimos, rimos e choramos. É como fechar os olhos para não ver, viver totalmente nesse vai não vai de sentimentos, nessa covardia emocional, viver para ignorar o que se passar ao nosso lado, o que acontece com nossos próprios semelhantes.
O objetivo do trabalho era interferir por alguns instantes na visão e nas atividades desenvolvidas pelos acadêmicos da Universidade. 
Um minuto de atenção, era o que buscavamos, parar para analisar algo que estava em seu caminho, adorá-lo, repudiá-lo, senti-lo por mais que esse sentimentos não fossem realmente significativo mas que acontecesse e que se fizesse aparente.
Tratamos a obra como uma interferência, ela aconteceu no campus da Universidade. Inicialmente jogamos as folhas de prata no chão em frente a Reitoria, o horário escolhido foi próximo ao intervalo para que conseguissemos um grande fluxo de academicos transitando pelo local, eles passavam, analisavam a situação e começaram a interagir com a obra. 
Era interessante analisar as reações que apareciam, curiosidade, repulsa aos sentimentos/situações ali apresentados, eles pisavam no amor, pisavam na fome, na política, na corrupção. Eles se enxergaram nas folhas, se resumiram nos sentimentos e puderam assim exterioliza-los, alguns mais aparentes, outros tímidos ou retraídos. Algumas pessoas, como esperado, nem perceberam a existencia de algo diferente em seu caminho, estavam com pressa, preocupadas demais para notar coisas tão pequenas.





Essa intervenção durou pouco mais de cinco minutos, mas foi o suficiente para receber a interação dos acadêmicos e logo após isso ser levada com o vento.

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